segunda-feira, 29 de junho de 2009

um novelo de nós


infinitamente presa nas teias deste sonho
um novelo feito de nós
nós dois… apertados
sem distância
sem fronteiras

porquê…?
porque me foi reservado este sentir
este laço que me prende
e me engana
porque quero
porque deixo

e descubro que tudo é possível
que sou capaz do inusitado
por um novelo feito de nós
ou de mim… em delírio consentido

procuro recuperar… o que nunca perdi
porque nunca tive
quanto mais luto… mais presa fico
como em lamaçal… pântano movediço
areias que me levam … à terra que me quer

esqueci como se vive
sem memória desse olhar
lindo… calmo… solto
guardo a voz que ouvi
como uma canção perfeita
em ritmo e harmonia
guardo o olhar em movimento
o sorriso doce

e guardo o abraço
apenas no desejo
de um novelo feito de nós
preso nas teias de um sonho

sexta-feira, 19 de junho de 2009

...
abracei a liberdade num sopro de vento
E voei
voei sem amarras… sem âncoras… sem correntes
voei nas asas do meu sonho
como quem vive o primeiro momento de luz
como quem respira o primeiro ar
como quem ama a primeira vez
e roubei a ilusão à fantasia
para apertá-la contra mim
e fazê-la corpo do meu corpo
alma da minha alma
voltei a página de um conto sombrio
e… estavas lá…
sempre estiveste lá
porque fazes parte de mim
...

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Nas asas de outro sonho


não, não sou ninguém
vagueio entre gente como sombra
mas não sou ninguém

rasgo a terra com mãos doridas
arranho a vida com unhas de raiva
Mas não sou ninguém

mordo os lábios… Sangro a alma
vingo a indiferença … cavo preconceitos
mas não sou ninguém

não sou ninguém
nem sou de ninguém
sonho e vivo de sonhar

e quando o sonho definha
feneço com ele
para renascer nas asas de outro sonho