domingo, 29 de novembro de 2009

***
olho-te nos olhos
e calo a boca
arrasto minhas unhas na pele
e marco-a de ferida
e garanto-te que não há mais nada
nada para colher
deste fruto seco e cansado de ser
e digiro a palavra dor
porque... de alguma forma
sou condenada a existir
e sobrevoo jardins de flores
sem cheiro
sem cor
flores de uma beleza tão artificial
quanto as palavras ocas
de falsos poemas de amor
***